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"Eu devo estar grávido.
Algumas conversas me enjoam
e em muita gente tenho vontade de vomitar.
É que eu devo estar grávido para parir o que sou realmente."

Tó Cazzali

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Aislin não sentia essa sensação há tempos...

E tão fácil chegou, mais ainda se apegou.

Não desistiria tão fácil...

Era "seu pão, sua comida..."

A loba devoradora não se aquietava.

ávida... até o último sangue...

até a última borboleta...

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(texto do dia 22/09/2010)

Aislin se questiona porque alguns partem mais cedo.

Alguns com dores físicas querem ficar e são obrigados a partir.

Os que sofrem de dor na alma não querem mais ficar de forma alguma.

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Aislin se perde nas suas divagações...

Hora de arrumar o relógio que bate descompassado:

TUM-TUM-TUM-TUM-TUM-TUM...

... a espera ...

Aislin seca suas lágrimas, esconde suas angústias e veste suas máscaras no vazio da noite gelada.

Os que apenas vivem não notam diferença em Aislim.

Assim ela se vê rodeada de pessoas que desperdiçam sua existência.

Com quem contar agora???

Ela pode contar com um amigo que antes de mais nada precisa se fazer presente.

O problema é o valor que ele tem para ela e que ele ainda não descobriu.

Não, Aislin não está triste, nem em conflito...

É só o vazio amargo e cortante causada pela solidão.

Escrito em 15/09/2010.

... INSTINTOS ...

Lobos soltos em é poca de Lua cheia

rondam à procura de sua espécie...

ávidos se entregam ao instinto animal

e ferozmente atacam o inimigo que anda à espreita.

Por que, santo Deus, é tão difícil enxergar e perceber isso???

A vida teria que ser uma eterna metáfora para o entendimento humano???

Cansei de jogos!!!

Só por hoje...

Enquanto o dia é dia e a noite não vem.

... ao léu ...

Há tempos reclusa, Aislin buscava se encontrar... de diferentes formas, em diferentes lugares. Mas ela reencontrou o passado em sua frente. De forma escancarada para que pudesse resolvê-lo. Porém depois de tanto tempo, Aislin se esquecera de como o amor fazia sangrar e poderia ser carrasco.

O que veio como brincadeira e oportunidade de reinventar uma história, transformou-se em tortura. O bem amado já não era nem do bem e nem amável...

Agora todos os sentimentos de Aislin colocaram-na presa e enjaulada em si mesma, para que assumisse e se redimisse por seu crime: permitir sentir amor de novo, permitir a volta de um passado já encerrado.

- Por que permitiu? Já não o conhecia o suficiente? Não sabia que mais uma vez seria destruída??? - gritavam eles com uma fúria e decepção indescritível...

Não haviam cordas, facas, armas de qualquer espécie... havia a verdade nua e crua... havia a solidão... havia tantas mentiras e muitas escolhas infelizes... Aislin era torturada de forma brutal! Sem dó... sem piedade...

MORRA! SOFRA! CHORE! SE DESESPERE! PERCA TODA E QUALQUER ESPERANÇA! - urravam como cães sarnentos e famintos os sentimentos antes puros, hoje dilacerados e machucados pelos ais da vida.

Aislin adormecia... sangrando a alma...

E a última lágrima derramada ainda secava ao léu...

Há tempos sumida daqui...

Falta tempo devido tantas escolhas profissionais...

Pelos caminhos que escolho há turbulências por toda parte...

Mas a noite cai com seu silêncio costumeiro...

Que me faz perceber minhas próprias turbulências e urros...

Porém de alguma forma sinto-me leve e tranquila com os passos que tenho dado...

O caminho não é leve... muito menos reto e coerente...

Mas sei que meus ais são meros anseios por dias melhores!!!

Por isso dou graças ao que sinto, sofro e permito em meu caminho...

E em qualquer parada, de um lugar qualquer, eu passe por aqui...

Louca para me expor!!! Ansiosa por me encontrar...

E dividir visões deste caminho árduo e lindo que me foi concedido pelo Universo...

A loba ainda ronda... O corpo ainda pulsa... e por aí vou indo...