segunda-feira, 19 de julho de 2010

... ao léu ...


Há tempos reclusa, Aislin buscava se encontrar... de diferentes formas, em diferentes lugares. Mas ela reencontrou o passado em sua frente. De forma escancarada para que pudesse resolvê-lo. Porém depois de tanto tempo, Aislin se esquecera de como o amor fazia sangrar e poderia ser carrasco.
O que veio como brincadeira e oportunidade de reinventar uma história, transformou-se em tortura. O bem amado já não era nem do bem e nem amável...
Agora todos os sentimentos de Aislin colocaram-na presa e enjaulada em si mesma, para que assumisse e se redimisse por seu crime: permitir sentir amor de novo, permitir a volta de um passado já encerrado.
- Por que permitiu? Já não o conhecia o suficiente? Não sabia que mais uma vez seria destruída??? - gritavam eles com uma fúria e decepção indescritível...
Não haviam cordas, facas, armas de qualquer espécie... havia a verdade nua e crua... havia a solidão... havia tantas mentiras e muitas escolhas infelizes... Aislin era torturada de forma brutal! Sem dó... sem piedade...
MORRA! SOFRA! CHORE! SE DESESPERE! PERCA TODA E QUALQUER ESPERANÇA! - urravam como cães sarnentos e famintos os sentimentos antes puros, hoje dilacerados e machucados pelos ais da vida.
Aislin adormecia... sangrando a alma...
E a última lágrima derramada ainda secava ao léu...

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